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V. A CAVALO

Quando chegaram no escritório da Estrada de Ferro de Águas Belas, Carlos e Alfredo encontraram um moço, engenheiro e desenhista, que substituía o engenheiro em viagem. Chamava-se Cunha, era amigo do pai dos dois rapazes, e recebeu-os com amizade e carinho.

— É bem exata, infelizmente, — disse ele a Carlos — a notícia que receberam. Seu pai, o Dr. Meneses, está doente. Fui eu mesmo quem lhes passou o telegrama... Está doente, e bem longe daqui: se não fosse isso, já eu teria ido visitá-lo, e teria vindo com ele para Garanhuns, onde há mais conforto. Mas como posso ir até Boa Vista, à margem do rio São Francisco, quarenta léguas acima do extremo da Estrada de Ferro de Piranhas?

— Tão longe assim? — Perguntou Carlos, com espanto e mágoa.

— Sim. O chefe do serviço quis mandar a Boa Vista uma pessoa de confiança, e seu pai foi o escolhido. Assim que chegou, adoeceu. Comunicaram-nos logo a notícia, por carta: e, como poderia tratar-se de coisa grave, não hesitei em passar-lhes o telegrama que receberam.