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— Sim, sim... Agora reconheço que já o vi no Recife... O senhor não é um mocinho que o Ramiro me apresentou, em Março, quando estive no colégio?

— Sou eu mesmo. Sou muito amigo do Ramiro.

— E é seu irmão, este? E que é que fazem por aqui?

Carlos contou-lhe então toda a dolorosa história da sua viagem. Mas antes que ele acabasse, já o capitão Paulo da Silveira tinha mandado recolher os animais, e dera todas as providências para que os rapazes e o camarada fossem bem hospedados. Mostrando uma verdadeira solicitude, um grande interesse, chamou a mulher, e a filha já moça, e apresentou-lhes os rapazes:

— São colegas e amigos dos meninos... Vocês hão de ter fome, vamos comer alguma cousa!

Por mais que alegassem falta de apetite, Carlos e Alfredo tiveram de sentar-se à mesa farta onde ficaram conversando. A mulher do capitão, assim que soube que eles não traziam bagagem, e vinham sem outra qualquer roupa além da que vestiam, foi procurar, entre os vestuários dos filhos, alguns que lhes pudessem servir. Felizmente, Ramiro e Afonso eram quase da mesma idade de Carlos e Alfredo: de maneira que cada um destes recebeu duas mudas de roupa.

O aspecto sério e tristonho de Carlos inquietava o capitão , que começou a conversar com ele, como se conversasse com um homem feito, — impressionado pelo seu bom senso e pelas suas maneiras polidas. Pedia-lhe notícias dos filhos,