XV. O SERTÃO
— Pronto! Aqui está a água! — disse Juvêncio, entrando, lépido e alegre.
Trazia o rosto, as mãos e os pés lavados... Vendo Carlos e Alfredo naquela atitude desanimada e lacrimosa, condoeu-se deles:
— Não chorem! Vamos comer alguma cousa... Depois, hei de contar-lhes a história da minha vida, e vosmecês hão de ver que eu também tenho muitas razões para ser triste, apesar deste meu ar alegre... Vamos comer.
Tirou da trouxa um naco de carne de sol, um peixe assado, e um pouco de farinha. Assou a carne ao calor da fogueira, aqueceu o peixe, e fez a distribuição. A refeição foi completada com os biscoutos que os meninos traziam. Carlos e Alfredo, sentados no chão, e o rapaz, de cócoras, ao pé do fogo, comeram com apetite. Enquanto comiam, conversavam:
— Ninguém no mundo — disse Juvêncio — das pessoas que conhecem vosmecês, é capaz de imaginar que vosmecês estejam no sítio em que estão... Quem imaginaria que haviam de andar por este sertão, a pé, comendo no chão, bebendo água