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XX. A CAMINHO

Os três companheiros, quando acordaram, viram o casebre inundado de luz. Era em Outubro; e nesse mês o sol aparece mais cedo. Seriam seis horas da manhã, e já fazia dia claro. A porta do rancho ficara aberta, e uma larga toalha de claridade entrava, estendendo-se até o couro.

Levantaram-se, e quiseram aproveitar as horas frescas da manhã, viajando. Deitaram um último olhar à pobre casa que os abrigara, e partiram.

Iam animados, quase alegres. A manhã era verdadeiramente bela. O céu limpo e azul, quase sem nuvens, tinha, no lado do oriente, uma cor de rosa, levemente doirada; uma viração agradável sacudia as folhagens; o mato exalava um aroma selvagem. Saíram do capão, e entraram no campo. Aí o olhar estendia-se à vontade, abrangendo um horizonte largo. Nem um floco de neblina velava a paisagem, nem um morro servia de obstáculo à vista: apenas, aqui e ali, algumas touceiras de vegetação baixa. Havia, em tudo, uma grande animação; os passarinhos cortavam o ar. Parecia que os arbustos, as moitas, os tufos de ervas estavam povoados de ninhos. Saíam