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Página:Aureliano José Lessa - Poesias posthumas (1873).pdf/111

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EXTASIS


Quando após longa e pensativa pausa,
— Eu te amo—dizem teus sonoros labios,
Baixa do céo, e pousa na minh’alma
Uma nuvem de offertas tão suaves,
Como de um sonho os magicos effluvios…
— Em extasis me embebo, e nem meus labios
Podem ao menos susurrar
—Eu te amo!—
A tua voz percorre as minhas veias,
Banha-me o coração, cérca minh’alma,
Enleia-me a existencia, e—teu escravo—
Soffro, gemo, desvairo, e quasi expiro…