A’ NOITE
Deixei de insomnias cercado
O meu solitario leito
Para vir contar-te, ó noite,
As angustias do meu peito
Toda de luto trajada,
Tão tristonha como eu.
Teu triste aspecto harmonisa
Com as dores do peito meu.
Se tu vélas só na terra
Chorando teu triste fado,
Quantas lágrimas derrama
Quem é como eu desgraçado!
Se eu vivera n’um sepulchro.
Mais negro que o manto teo,
Tão desgraçaeo não fôra
Com as dores do peito meo.