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Página:Aureliano José Lessa - Poesias posthumas (1873).pdf/73

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HYMNO DA CREAÇÃO


Que mão mysteriosa me conduz?
Vai pelo espaço o globo rodeiando
Accelerado, infrenne…
Trévas medonhas, lampadas de luz
Sobre a minha cabeça vão rolando
Em um gyro perenne…

O’ terra, ó sol, ó noite, ó céos, e mares!
Quem sou? quem sois? Que mão mysteriosa,
Que fôrça sempiterna
Fabricou, e sustenta sôbre os ares
Esta máchina immensa e magestosa?
Que sabio a governa?