A UNS ANNOS
Criserit illo, criscetes, amores.
Se é mais risonha a estação das flôres
A placidez do outomno é mais amena;
São amaveis, se diz, da aurora as côres,
Ama-se a tarde tépida e serena.
Eis-te no outomno; mas p’ra teus primôres
Flôres ainda a natureza gera;
O orvalho do céo fadou-te flôres,
E’s o outomno a par da primavera.
Tu que viste descer ainda um anno
Pela caudal torrente das idades,
Sabes que a taça do destino humano
Não se orna de jasmins, mas de saüdades.