DESPREZO A GLORIA
Sempre aos Deuses pediram meus votos
Pouca sombra, uma gruta, uma lyra,
Uma gruta em lugares remotos
Onde a musa os meus versos inspira.
Mas em vão busca amôr a minh’alma,
Em seu ermo ella está merencoria:
Para mim que feneço com calma,
Que me importa o ruïdo da glória?
Que me importa o ruïdo da glória
Sôbre um carro dourado correndo?
E dos homens viver na memoria,
Quando vivo estou mesmo morrendo?
Essa glória que vêdes sorrindo,
E’ a morte trajada de brilhos;
Sôbre a campa sorrisos fingindo,
E chamando os heróes por seus filhos!…