MOTE
O cypreste verde, e triste,
Cópia da minha figura,
Verde qual minha esperança,
Triste qual minha ventura.
GLOSA
Deus na linguagem das flôres
Sabiamente a historia exprime
Da mágoa que nos opprime
Neste valle de mil dôres;
Na sultana dos amores
Na rosa, ó Deus, resumiste
Toda a ventura que existe
Nos jardins do coração;
Pintar fizeste a paixão
O cypreste verde, e triste.