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Página:Autobiografia de D. Francisco de São Luís Saraiva, Bispo Reservatário de Coimbra, Conde de Arganil (21 de Julho de 1838).pdf/13

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descuidavão de vigiar e descobrir a estrada para todos os lados, como se se receasse alguma cilada de inimigos. O magistrado pareceo-me que levava mais medo do que eu, e ás vezes dava-me o rizo, vendo os seus cuidados. Na Serra d'Ossa fiquei seis annos menos alguns dias sem poder falar senão com os frades; sem poder sahir á cerca; e no meio de outras restricções tão humiliantes quanto injustas, e alias desnecessarias. Tenho para mim que a principal parte destas severidades foi ordenada pelo odio ferreo da Rainha D. Carlota.

Em 1834 fui posto em liberdade por huma Portaria do General Duque da Terceira, dado em Extremôz a 26 de Maio.

Por Decreto de 4 de Junho, achando-me ainda no Alemtejo, fui nomeado Guarda-mór do R. Arquivo da Torre do Tombo.

Vim logo para Lisbôa, e em 24 de Julho desse mesmo anno de 1834 fui nomeado Conselheiro de Estado Effectivo.

No Agosto abrirão-se as Cortes, e como eu fosse hum dos Deputados, fui outra vez eleito Presidente dellas.