Já tinha se espedaçado
Arnéis, capacête e tudo,
Não tinha mais um escudo
Que não tivesse quebrado.
As lanças tinham voado
Só as viseiras existiam
Elles já mal se cobriam
Nas horriveis cutiladas.
Somente as duas espadas
Sem damno algum resistiam.
Oliveiros se preparou
E partiu ao inimigo…
O turco vio o perigo
A pé firme o esperou,
Um golpe nelle deitou
Com tanta disposição
Sem ser proposito ou traição
Nesses golpes tão ligeiros,
O cavallo de Oliveiros
Cahiu sem vida no chão.
Turco tu estás bem montado
E meu cavallo morreu.
Ferrabraz lhe respondeu:
Mas eu não fui o culpado.
Não ficarás desarmado
Que eu sei a ordem qual é
Não desanimes na fé
Eu fui quem matei o teu,
Agora monte no meu
E vou pelejar de pé.
Disse-lhe Oliveiros: não
Fico tambem desmontado
Tu não fosse o culpado
Assim era ser vilão.
Por certo eu tinha razão
Porque matasse o meu,
Foi caso que aconteceu
Era-me feio acceital-o.
Não brigo só a cavallo
Podes descançar o teu.
Ahi Ferrabraz atou
Num arvoredo o cavallo
E disse vou descançal-o
Sua occasião chegou,
Para a batalha marchou
Com toda disposição.
Oliveiros forte e são
Esperava-o cara a cara,
Com a espada Alta Clara
Rugindo que só leão.
Página:Batalha de Oliveiros com Ferrabraz.pdf/16
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