de virtudes fora da fortelleza, em que a deleitaçom em obrando as cousas perigosas se nom pode aver, durando a pelleja, ante que venha ho vencvmento. Se el he sem receo onde compre , eu tenho que el obra naquei feito mais sesudamente que o en- tendido, se per força de medo nom conhece o que deve co- nhecer, ou posto que o conhece, o coraçom escolhe per myn- gua de sua dereita fortelleza o contrairo do que hc bem com medo ou receo que sente. E pera aquesta parte da razom boo he que saibamos em esta manha do cavalgar as cousas perigo- sas, e as que o nom som, ainda que o pareçam, pera recear hiias o outras, nom duvydar, por que em todollos fevtos quem os bem conhece os verdadeiros perigos recea mais, c os que o parecem nom o seendo filhom pequeno embargo.
E quanto aa parte do coraçom el conhece e sabe alguus pe- riigos principalmente per o que passa, e aquesto ou per tempo prolongado pouco e pouco, ou rvjamente per huu soo aconte- cvmento. E per myngua de tal saber nom recea, e se muyto sente cousas contraíras veem a recear o que ante nom receava , salvo se das outras partes for ajudado ao receo tanto nom sen- tir, assy como seria se huu nunca foy em medo, e fosse em hua pelleja, e em aquel seendo ferido vencesse. Aquel saber das feridas nom lhe faria tanto recear o coraçom que a boa squeença, por que venceo, lhe mais nom acrecente o atrevi - mento pera cometer outro tal sem receo. E assy pode fazer algua das outras cousas per que eu disse que se podia perder, mais persy sollamente a myngua de conhecer os perigoos, em que som ou se podem seguyr, muytas vezes faz nom sentvr o receo. E de tal saber do coraçom he bem de nos guardar, nom leixando de cometer o que he razom; e porem devem em ca- valgar conhecer os perigos que geeralmente acontecem pera o coraçom nom aprender aa sua custa , porque des que o muyto
