Página:Cantos e phantasias.djvu/94

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Mas não! Tu dormes no infinito seio
Do Creador dos seres! Tu me falias
Na voz dos ventos, no chorar das aves,
Talvez das ondas no respiro flebil!
Tu me contemplas lá do céo, quem sabe,
No vulto solitario de uma estrella.
E são teus raios que meu estro aquecem!
Pois bem! Mostra-me as voltas do caminho!
Brilha e fulgura no azulado manto,
Mas não te arrojes, lagrima da noite,
Nas ondas nebulosas do occidente!
Brilha e fulgura! Quando a morte fria
Sobre mim sacudir o pó das azas,
Escada de Jacob serão teus raios
Por onde asinha subirá minh’alma.