Página:Caramuru 1781.djvu/117

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I

Era o invasor noturno um chefe errante,
Terror do sertão vasto e da marinha,
Príncipe dos Caetés, nação possante
Que do grão-Jararaca o nome tinha.
Este de Paraguassu perdido amante,
Com ciúmes da donzela, ardendo vinha;
Ímpeto que à razão, batendo as asas,
Apaga o Caro lume e acende as brasas.

II

Dormindo estava Paraguassu formosa,
Onde um claro ribeiro à sombra corre;
Lânguido está, como ela, a branca rosa,
E nas plantas com calma o vigor morre;
Nas, buscando a frescura deleitosa
De um grão-maracujá, que ali discorre,
Recostava-se a bela sobre um posto,
Que, encobrindo-lhe o mais, descobre o rosto.