Página:Caramuru 1781.djvu/207

Wikisource, a biblioteca livre
XVIII

À roda o real clero e grão-Jerarca
Forma em meio à capela a augusta linha;
Entre os pares seguia o bom monarca,
E ao lado da neófita a rainha.
Vê-se cópia de lumes nada parca,
E a turba imensa que das guardas vinha,
E, dando o nome a augusta à nobre dama,
Põe-lhe o seu próprio e Catarina a chama.

XIX

Banhada a formosíssima donzela
No santo Crisma, que os cristãos confirma,
Os desposórios na real capela
Com o valente Diogo amante firma.
Catarina Alves se nomeia a bela,
De quem a glória no troféu se afirma,
Com que a Bahia, que lhe foi senhora,
Noutro tempo, a confessa, e fundadora.

XX

Prepara-se um banquete com grandeza,
Em que a cópia compita coa elegância,
E aos dois consortes se dispõe a mesa
No magnífico paço em régia estância.
Nem se dedigna a Soberana Alteza,
Depois de os regalar com abundância,
De dar rainha e rei, de ouvir curiosos,
Uma audiência privada aos dois esposos.