Página:Caramuru 1781.djvu/218

Wikisource, a biblioteca livre
LI

A copaíba em curas aplaudida,
Que a médica ciência estima tanto,
A bicuíba no óleo conhecida,
A almécega, que se usa no quebranto;
A preciosa madeira apetecida,
Que o nome nos merece de pau-santo,
O salsafraz cheiroso, de que as praças
Se vêem cobertas com formosas taças.

LII

Quais ricas vegetáveis ametistas,
As águas do violete em vária casta,
O áureo pequiá com claras vistas,
Que noutros lenhos por matiz se engasta;
O vinhático pau, que quando avistas
Massa de ouro parece extensa e vasta;
O duro pau que ao ferro competira,
O angelim, tataipeva, o supopira.

LIII

Troncos vários em cor e qualidade,
Que inteiriças nos fazem as canoas,
Dando a grossura tal capacidade,
Que andam remos quarenta e cem pessoas.
E há por todo o Brasil em quantidade
Madeiras para fábricas tão boas,
Que, trazendo-as ao mar por vastos rios,
Pode encher toda a Europa de navios.