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XXIV

Dentro a um templo magnífico se via
De seus prelados turma numerosa,
De que um às mãos dos bárbaros morria,
Outro a espada cingia valorosa.
Muitos da alta virtude os matos via,
Com caridade discorrer zelosa,
Sem poupar tempo, estudo, ou vida, ou gasto,
Por propagar a fé no sertão vasto.

XXV

No grão-palácio em tintas retratados
Os que o governo do Brasil tiveram,
Os Sousas na Bahia decantados,
Os nobres Costas, que depois vieram;
Mas entre outros na guerra celebrados,
Por troféus que vencendo mereceram,
Mendo de Sá de gloriosa fama,
Que pai da pátria no Brasil se aclama.

XXVI

Deste era prole o intrépido Fernando,
Que ali vi fulminando a forte espada,
E contra a feroz gente pelejando,
Deixou a morte com valor vingada.
Mas, da Bahia os olhos levantando,
Vi discorrer no mar potente armada,
Que, as ilhas ocupando e a vasta terra,
Movia no Brasil funesta guerra.