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LXVI

Basta que em marcha procedais quieta,
E que, invadindo a turba descuidada,
Não cuideis de empregar a bala, ou seta,
Mas que tudo leveis à pura espada;
E, quando o vasto campo se acometa,
Deixando-lhe às canoas livre entrada,
Antes que o ferro vibre os seus reveses,
Desarmai, se puderdes, os franceses.

LXVII

Chamam corpo da guarda onde o soldado
Costuma pôr as armas nas vigias;
Ali correi com ímpeto apressado,
Seguindo o passo sempre das espias.
Que nada o francês pode desarmado,
E, sem as chamas que derrama impias,
Ficara desde o ímpeto primeiro
Nas mãos da nossa tropa prisioneiro."

LXVIII

Disse o astuto Ararig, e a lento passo
Cada um pela brenha vai disperso,
Devendo a dado tempo e a certo espaço
Qualquer unir-se em batalhão diverso.
E, achando em sono descuidado e lasso,
Em sentinelas ter, o campo adverso,
Um a um, pé ante pé, em marcha tarda,
Assaltam juntos a sopita guarda.