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XXXVI

Dois dias na enseada por vingança
Bate a esquadra a cidade sem perigo,
Com balas e granadas, que em vão lança,
Parecendo mais salva que castigo.
Sobreveio ao Brasil nova esperança
De expugnar com mais forças o inimigo;
Mas foi o efeito das promessas vário,
Impedindo o socorro o mar contrário.

XXXVII

Vi neste tempo em confusão pasmosa
A monarquia em Lísia dominante,
E a casa de Bragança gloriosa
Nos quatro impérios triunfar reinante,
A Bahia com pompa majestosa
Festejar o monarca triunfante,
E o Pernambuco, de desgraças farto,
Invocar pai da pátria D. João Quarto.

XXXVIII

Tratava o novo rei com fé provada
A batávica paz, que sem justiça
Deixava ao mesmo tempo quebrantada
O belga injusto pela vil cobiça .
Ocupa o Maranhão batava armada,
E outra esquadra em Sergipe o incêndio atiça,
Pretendendo ocupar com falso engano
Toda África e Brasil ao lusitano.