Página:Caramuru 1781.djvu/309

Wikisource, a biblioteca livre
LXVI

Tempo vira que a dama majestosa
Por soberana a Lísia reconheça,
Época ilustre, insigne e venturosa,
Em que tenha uma santa por cabeça.
Descera sobre o reino a paz formosa,
E com a paz fará que a gloria desça,
Atlantes tendo de seu régio Estado
Quatro sábios e um ínclito prelado.

LXVII

E tu, monarca justo, do céu vindo,
Venha-te a palma sobre o empíreo tarda,
E pai da pátria, ao reino presidindo,
Com zelo a antiga fé nos nossos guarda!
Enche o grão-nome, as portas reprimindo
Do monstro Averno, que nos fundos arda;
Que deixe Portugal, que na fé medra,
E Cristo firma sobre a imóvel pedra.

LXVIII

Esta insigne progênie o céu promete,
Brasil agora rude, aos teus vindouros!
O colo humilde entanto ao rei submete,
E oferece-lhe contente os teus tesouros.
E entre tantas nações, que ao jugo mete
À sombra Portugal dos verdes louros,
Sem provares da guerra o furor vário,
Chega ao trono a humilhar-te voluntário.