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PREFÁCIO BIOGRÁFICO
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sujeitos que ali concorreram, e ouviram meus pareceres; testifiquem do zêlo, e amor ao real serviço com que sempre tratei aquelas matérias.

Pareceu a V. M. podia bem empregar-me a servi-lo na condução e cómodos dos soldados reformados de Flandres e Catalunha, que andavam na côrte; mandou-me assim V. M. por seu real decreto de 5 de novembro de 1611, e em muito breves dias, por minha indústria, despejei a côrte de requerentes, e povoei as fronteiras de reformados.

O expediente que depois se tomou sôbre seus soldos, conservando-se-lhes algum àparte, eu fui o primeiro que o arbitrei a V. M. por um papel, que para isso ofereci, muito tempo antes que se resolvesse.

E enfim se praticou na mesma fórma que eu o havia proposto.

Mandou-me V. Majestade por decreto de 16 de novembro de 1643 recebesse em seu serviço os soldados que andavam vagos na côrte, daquelas tropas dos rendidos de Castela, das quais por minhas diligências, desfiz mais de setecentos homens, que para o poder do inimigo não voltaram, e dêstes reconduzi a V. M. em menos de três dias, uma leva de quinhentos soldados vélhos, que fui remetendo aos almazens, segundo V. M. me ordenara.

Não é para esquecer (nem creio que a V. M. esquecerá), que achando-se quási tôda a nobreza dêste Reino na campanha de Badajoz, fui eu escolhido dos generais para vir dar conta a V. M. de bôca, dos designios e potências de suas armas, e receber de V. Majestade as ordens de como se servia, elas se empregassem em seus progressos.

Entendia V. Majestade ser obrigado a dar fórma de