os expedientes para conseguir o teu intento, até mesmo a amar-me de-véras, se necessário fôsse.
Mas cedo conheceste que podias sair bem da empresa, sem te deixar levar de amor por mim, e que esta a paixão era escusada.
Que perfídia!…
¿Cuidas tu que pudeste impunemente enganar-me?…
Declaro-te que se por algum acontecimento fortuïto voltares a êste país, eu mesma te entregarei à vingança dos meus parentes.
Vivi muito tempo em um abandôno e em uma idolatria que me horrorizam, e os meus remorsos perseguem-me com um rigor insuportável.
Sinto vivamente a vergonha dos crimes que me fizeste cometer, e falta-me, ai de mim! a paixão que me estorvava o conhecimento da enormidade dêles…
¿Quando deixará o meu coração de ser dilacerado?…
¿Quando me verei eu livre dêste embaraço cruel?…
Contudo creio que não te desejo mal algum, e que me resolveria a consentir que fôsses feliz…
¿Mas como poderás tu sê-lo jàmais, se tens um bom e bem formado coração?
Quero escrever-te outra carta para mostrar-te que poderei talvez estar mais tranqüila dentro dalgum tempo.
Que gôsto será o meu de poder então lançar-te em rosto os teus iníquos procedimentos, depois que êstes já me não causarem comoção, e de dar-te a conhecer que te desprézo, que falo com a maior indiferença da tua traição, que esqueci todos os meus prazeres e tôdas