Soneto.
Que se recitou no Real Theatro de S. João da Cidade do Porto, por motivo da feliz Acclamação de Suas Magestades Fidelissimas no sempre memoravel Dia 4 de Junho de 1823; sendo applaudido com o maior enthusiasmo pelo brilhante e numeroso concurso d’Espectadores.
Exulta, Portugal, rasgou-se a venda
Que tinha tanta gente alucinada;
Huma luz, por MIGUEL do Ceo mandada,
As trévas dissipou de tal contenda.
Oh tu, Silveira Illustre, não te offenda
Ser tua gloria assim revalizada;
E tu, grande Teixeira, [1] a fama honrada
Diminuir a inveja não pertenda:
Voai juntos ao Throno luminoso
D’aquelle DEOS que tudo rege e guia,
E faz de novo Portugal ditoso:
Sôem vivas de candida alegria;
Viva JOÃO, o Rei mais virtuoso,
E seja eterna a Lusa Monarchia.
Viscondessa de Balsemão, D. Catharina.
- ↑ Francisco Henriques Teixeira Capitão do Regimento d’Infantaria N. 23, official que pela sua capacidade e honra, mereceo particular confiança de S. A. o Serenissimo Senhor Infante D. Miguel, para a venturosa Restauração da Monarchia e liberdade d’ElRei N. Senhor.
LISBOA: Na Regia Typografia Silviana. Anno de 1823.
