Deu signal, ao romper, do dia, o bronze;
Arrasam-se trincheiras e muralhas;
No alto dos minarets erguem-se as cruzes;
Do castelhano a cidadella é presa.
Só, e vendo as cohortes destroçadas,
O valente Almansor apoz a luta
Abre caminho entre as imigas lanças,
Foge e illude os christãos que o perseguiam.
Sobre as quentes ruinas do castello,
Entre corpos e restos da batalha,
Dá um banquete o Castelhano, e as presas
E os despojos pelos seus reparte.
Eis que o guarda da porta falla aos chefes:
«Um cavalleiro, diz, de terra estranha
Quer fallar-vos; — noticias importantes
Declara que voz traz, e urgencia pede.»
Era Almansor, o emir dos Musulmanos,
Que, fugindo ao refugio que buscára,
Vem entregar-se ás mãos do castelhano,
A quem só pede conservar a vida.
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