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mação, aurora de existencia, semente de formosura... e os tersos de Machado de Assis são gemmas scintillantes, vida espalmada, flores e sorrisos. Na mortalha informe e incolor do casulo a graça está em problema, o movimento em risco: os versos de Machado de Assis só guardaram de nympha a belleza e o dom da acredade! São fulgidas borboletas que adejão sobre todas as flores d'alma, revelando a quem as contempla a perfeição da creatura e o genio do creador. Não são, pois, chrysalidas; se o fossem não seria o autor poeta, e Machado de Assis, leitor, é poeta!

Falia-vos o coração de quem vo-lo diz? Não: protesta unicamente a consciencia, e juro-o por minha fé de homem de lettras!


VI.


A que eschola pertence o autor deste livro?

Á mystica de Lamartine, á sceptica de Byron, á philosophica do Hugo, á sensualista de Ovidio, á patriotica de Mickiewicz, á americana de Gonsalves Dias? A nenhuma.