Vês? Não é noite, não, este ar sombrio
Que nos esconde o céu. Inda no poente
Não quebra os raios pallidos e frios
O sol resplandecente.
Vês? Lá ao fundo o valle arido e secco
Abre-se, como um leito mortuario;
Espera-te o silencio da planicie,
Como um frio sudario.
Desce. Virá um dia em que mais bella,
Mais alegre, mais cheia de harmonias,
Voltes a procurar a voz cadente
Dos teus primeiros dias,
Então coroarás a ingenua fronte
Das flores da manhã, — e ao monte agreste,
Como a noiva phantastica dos ermos,
Irás, musa celeste!
Então, nas horas solemnes
Em que o mystico hymeneu
Une em abraço divino
Verde a terra, azul o céu;