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infausto entre a aspiração e a realidade. Cada anno foi uma lufada que desprendeu da arvore da mocidade, não só uma alma querida, como uma illusão consoladora.

A tua penna encontrou espressões de verdade e de sentimento para descrever as nossas confabulações de poetas, tão serenas e tão intimas. Tiveste o condão de transportar-me a essas praticas da adolescencia poética; lendo a tua carta pareceu-me ouvir aquelles que hoje repousam nos seus tumulos; e ouvindo dentro de mim um ruido de applauso sincero ás tuas expressões, affigurava-se-me que eram elles que te applaudiam, como no outro tempo, na tua pequena e faceira salinha.

Essa recordação bastava para felicitar o meu livro. Mas onde não vae a amisade e a critica benevolente? Foste além: — traduziste para o papel as tuas impressões que eu, — mesmo despido desta modestia official dos preâmbulos e dos epílogos, — não posso deixar de acceitar como parciaes e filhas do coração. Bem sabes como o coração pôde levar a injustiças involuntarias, apezar de todo o empenho em manter uma imparcialidade perfeita.

Não, o meu livro não vae aparecer como o re-