recorrão para a perfeição da nova planta, nem por isso deixa esta de passar-lhes pela joeira.
Para o poeta de sentimento a inspiração brota das
bellezas da natureza, como so elevão os vapores da
superfície da terra; mais do valle do que da montanha;
mais d'aquido que d'alli. A natureza também
tem altos e baixos para inspiração. O crepusculo, e
mesmo o diluculo, é mais inspirativo que a luz meridiana: — o magestoso silencio da floresta mais do
que o frenético bulício da cidade: — o vagido mais
do que as cans.
A poesia que traduz a inspiração, e o verso que photographa a poesia devem portanto ressentir-se destas differenças. Porisso não ha livro de bom poeta que não comprove esta verdade. Não é o talento que afrouxa ou dorme como Homero: é a inspiração que varia. Nas menos inspiradas subsiste ainda engenho, e o engenho e muito.
No livro que vamos folhear, talvez julgueis commigo que poucas composições se aproximão da altura