Tudo lhe era presagio alegre e doce;
Uma nuvem sequer não sombreava,
Em sua fronte, o iris da esperança;
Era, emfim, entre os seus a copia viva
Dessa ventura que os mortaes almejam,
E que raro a fortuna, avessa ao homem,
Deixa gozar na terra.
Mas eis que o anjo pallido da morte
A presentio feliz e bella e pura,
E, abandonando a região do olvido,
Desceu á terra, e sob a aza negra
A fronte lhe escondeu; o fragil corpo
Não pôde resistir; a noite eterna
Veio fechar seus olhos;
Emquanto a alma abrindo
As azas rutilantes pelo espaço,
Foi engolfar-se em luz, perpetuamente,
No seio do infinito;
Tal a assustada pomba, que na arvore
O ninho fabricou, — se a mão do homem
Ou a impulsão do vento um dia abate
O recatado asylo, — abrindo o vôo,
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