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E vence a letra nova a letra antiga!
Musa, toma a vergasta,
E os arlequins fustiga!
Como aos olhos de Roma,
— Cadaver do que foi, pavido imperio
De Caio e de Tiberio,-
O filho de Agripina ousado assoma;
E a lyra sobraçando,
Ante o povo idiota e amedrontado,
Pedia, ameaçando,
O applauso acostumado;
E o povo que beijava
Outr'ora ao deus Calligula o vestido,
De novo submettido
Ao régio saltimbanco o applauso dava.
E tu, tu não te abrias,
Ó céu de Roma, á scena degradante!
E tu, tu não cahias,
Ó raio chammejante!
Tal na historia que passa
Neste de luzes seculo famoso,
O engenho portentoso