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Do saber, da virtude,
Logra fazer, em premio dos trabalhos,
Um manto de retalhos
Que a consciencia universal illude.
Não córa, não se peja
Do papel, nem da mascara indecente,
E ainda inspira inveja
Esta gloria insolente!
Não são contrastes novos;
Já vem de longe; e de remotos dias
Tornam em cinzas frias
O amor da patria e as illusões dos povos.
Torpe ambição sem pêas
De mocidade em mocidade corre,
E o culto das idéas
Treme, convulsa e morre.
Que sonho apetecido
Leva o animo vil a taes emprezas?
O sonho das baixezas:
Um fumo que se esvae e um vão ruido;
Uma sombra illusoria