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de admiração e respeito tributados ao joven author da Moreninha! Qual regio diadema valia essa aureola de enthusiasmo á cingir o nome de um escriptor?

Não sabia eu então que em meu paiz essa luz, que dizem gloria, e de longe se nos affigura radiante e esplendida, não é sinão o baço lampejo de um fogo de palha.

Naquelle tempo o commercio dos livros era como ainda hoje artigo de luxo; todavia, apesar de mais baratas, as obras litterarias tinham menor circulação. Provinha isso da escassez das communicações com a Europa, e da maior raridade de livrarias e gabinetes de leitura.

Cada estudante porem, levava comsigo a modesta provisão que juntara durante as ferias, e cujo uso entrava logo para a communhão escolastica. Assim correspondia S. Paulo ás honras de sede de uma academia, tornando-se o centro do movimento litterario.

Uma das livrarias, a que maior cabedal trazia á nossa commum bibliotheca, era de Francisco Octaviano, que herdou do pai uma escolhida collecção das obras dos melhores escriptores da litteratura moderna, a qual o jovem poeta não se descuidava de enriquecer com as ultimas publicações.

Meu companheiro de casa era dos amigos de