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Scott e Cooper, um apoz outro; passei aos do Capitão Marryat e depois á quantos se tinham escripto desse genero, pesquiza em que me ajudava o dono do gabinete, um francez, de nome Cremieux, se bem me recordo, o qual tinha na cabeça toda a sua livraria.

Li nesse decurso muita cousa mais: o que me faltava de Alexandre Dumas e Balzac, o que encontrei de Arlincourt, Frederico Soulié, Eugénio Sue e outros. Mas nada valia para mim as grandiosas marinhas de Scott e Cooper e os combates heroicos de Marryat.

Foi então, fazem agora vinte e seis annos, que formei o primeiro esboço regular de um romance, e metti hombros á empreza com infatigavel porfia. Enchi rimas de papel que tiveram a má sorte de servir de mecha para accender o cachimbo.

Eis o caso. Já formado e praticante no escriptorio do Dr. Caetano Alberto, passava eu o dia, ausente de nossa chacara á rua do Maruhy n. 7 A.

Meus queridos manuscriptos, o mais precioso thesouro para mim, eu os trancara na commoda; como, porém, tomassem o lugar da roupa, os tinham, sem que eu soubesse, arrumado na estante.

D'ahi, um desalmado hospede, todas as noites