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Página:Contos Populares Portuguezes colligidos por F. Adolpho Coelho.pdf/103

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que em pouco tempo já elle estava bom. Então o conde disse á mae, que queria casar com a menina pois só ella tinha feito com que acabasse o seu encanto, pois nunca tinham conseguido arranjarem os figados de rolas para o curarem. Casaram e tiveram muita fortuna.

(Coimbra.)




XXVIII


OS MENINOS PERDIDOS


Um pae tinha um filho e uma filha, e costumava mandal-os ao mato buscar lenha: um dia os meninos foram e perderam-se no caminho. Depois de terem caminhado muito, avistaram uma luz; foram-se aproximando, e viram junto da luz uma casa; entraram, e viram uma bruxa, que estava fritando filhozes; a bruxa tinha só um olho, no meio da testa, e por isso não viu logo os meninos. Ora os meninos como iam com muita fome, tiraram com muito geitinho as filhozes, e a bruxa, julgando ser o gato que as tirava, dizia:

«Sape, gato lambião;

logo te dou teu quinhão.»

E continuava a fritar; e os meninos vendo o engano da bruxa, deram uma gargalhada. Ella então olhou para elles e disse:

«Sois vós meus meninos? vinde cá, vinde cá,» e pegou nos meninos, e metteu-os dentro de uma arca de castanhas recomendando-lhe que comessem bastante até estarem bem gordinhos. Os meninos iam comendo as castanhas, e a bruxa disse-lhe um dia: «Mettei o de-