maior, metteu-se n'elle e viu logo uma escada; desceu a escada e foi ter a um lindo jardim; chegada ao jardim, viu outra escada; subiu-a e foi ter a um palacio; depois entrou e foi dar a um quarto muito asseado, que tinha uma cama, tambem muito asseada. Como a noite chegasse e ella tivesse somno, deitou-se na cama e adormeceu. O quarto e a cama pertenciam a um conde, e elle, á hora do costume foi-se deitar e encontrou a menina na cama. De madrugada emquanto o conde estava a dormir, a menina levantou-se e foi-se para a torre. O conde levantou-se mais tarde e foi ter com a mãe e disse-lhe: «Minha mãe, não sabe? quando hontem me fui deitar encontrei uma menina muito linda na minha cama, mas foi-se de madrugada sem que eu désse por isso». Respondeu-lhe a mãe: «Olha, filho; é muito provavel que ella volte e por isso põe uma campainha e tu accordes e vai seguil-a para ver para onde ella vae.» Á noite a menina foi outra vez deitar-se na cama e o conde poz a campainha na porta, mas ella quando de madrugada se levantou tirou-a e levou-a, sem que o conde désse por tal. Foi-se elle ter outra vez com a mãe e contou-lhe o succedido e ella respondeu-lhe: «Esta noite porás á porta uma bacia cheia de agua de assafrão; a menina quando sair hade molhar a anagoa e depois deve deixar a casa molhada por onde passar e por este rasto é que tu has de saber para onde ella vae.»
Fez o conde o que a mãe lhe ensinara, mas a menina quando molhou a anagoa na agua de assafrão, em vez de a levar de rastos, levantou-a para não molhar o chão. A menina não voltou ao quarto do conde e elle andava muito apaixonado. Passado tempo a menina teve um menino muito lindo, que vestiu com uma saia feita da anagoa que tinha molhado na agua de assafrão e a que poz ao pescoço a campainha que tinha trazido do quarto do conde e foi metter o menino na cama d'elle, sem que ninguem désse por tal. Á noite o conde encontrou lá o menino e foi ter com a mãe e disse-lhe: «Mi-