— «Arruma-te para eu passar.» Como elle não se arrumasse, engoliu-o.
Mais adeante encontrou um lobo e comeu-o; depois encontrou ainda uma coruja e fez-lhe o mesmo.
Chegado ao palacio do rei disse que lhe queria fallar e entregou-lhe a bolsa das moedas e o rei ordenou logo que o metessem na capoeira das gallinhas e que o tractassem muito bem. O borrachudo, logo que alli se viu, começou a cantar:
— «Qui qui ri qui,
Minha bolsa de moedas
Quero para aqui.»
E como vissem que lh’a não levavam, lançou a raposa que tinha comido, e ella comeu as gallinhas todas.
Foram dar parte a el-rei do succedido e elle ordenou que mettessem o borrachudo dentro da copeira. Compriram-se as ordens, mas o borrachudo continuou sempre a cantar:
— «Qui qui ri qui, etc.»
Depois como lhe não levassem o dinheiro, lançou o pinheiro e os copos da copeira foram todos quebrados.
Então o rei ordenou que mettessem o borrachudo na cavallariça, e elle sempre cantando:
— «Qui qui ri qui, etc.
Lançou fora o lobo e o lobo comeu os cavallos.
O rei mandou então que o mettessem no pote do azeite, mas elle lançou lá a coruja e ella bebeu o azeite.
Então o rei, não sabendo já o que havia de fazer, mandou que aquecessem o forno e que metessem lá o borrachudo; mas elle, mesmo dentro do forno começou a gritar:
— «Qui qui ri qui, etc.»