Elle foi levar ao tio o dinheiro que lhe tinha pedido emprestado; o tio disse que o désse a sua mãe para os fins da vida d'ella. Elle chegou a casa do pae e deu-lhe quatro contos e ficou com dois e foi viajar terras e levava a espada.
Chegou a dois caminhos e viu um lavrador a lavrar e perguntou-lhe que caminho havia de seguir e elle pegou no carro e nos bois e arado e tudo n'uma mão e foi ensinar-lhe o caminho.
E diz o moço assim para o lavrador:
— Vocemecê é tão valente! pega em tudo n'uma mão e vem-me ensinar o caminho.
— Sou valente, mas consta-me que ha um chamado Mamma-na-burra que é ainda mais valente que eu.
Mas o moço nunca lhe disse que era o Mamma-na-burra.
Elle foi indo, indo, e chegou a um pinheiral e viu um homem a deitar pinheiros abaixo; o homem já tinha oito pinheiros no chão e andava a botar mais quatro para fazer o feixe e diz-lhe elle:
— Você é tão valente que é preciso doze pinheiros para fazer o feixe para botar ás costas.
— Sou; mas consta-me que ha um chamada Mamma-na-Burra que ainda é mais forte que eu.
E elle disse-lhe se elle queria ir com elle que lhe dava oito vintens por dia.
Foram indo ambos e encontraram um homem a arrasar montanhas; cada vez que botava a enchada a terra arrincava tres carros. O Mamma-na-burra disse-lhe assim:
— Vós sois tão valente que botaes tres carros de terra abaixo.
— Sou; mas consta-me que ha um chamado Mamma-na-burra que ainda é mais forte que eu.
Depois elle disse-lhe o mesmo e foram andando todos tres e depois foram indo e encontraram umas casas no meio do caminho e perguntaram a uma mulher se ali havia alguem que désse dormidas. A mulher respondeu--