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as mãos na cabeça, dizendo: «Estou perdido; vou para a forca; me mataram a filha do rei!…» Os donos da casa ficaram muito afflictos, e começaram a offerecer cousas pela moça, e Pedro sem querer aceitar nada, até que elle mesmo exigiu tres mulatas das mais moças e bonitas. O homem rico as deu, e Pedro disse que dava uma desculpa ao rei sobre a morte de sua filha, e lhe dava de presente as tres mulatas, para o rei não se agastar muito. Malas-Artes largou-se e foi logo para palacio, onde entregou ao rei as tres mulatas com este dito: «Eu não disse a vossa magestade que lhe dava tres mulatas pelas tres botijas de azeite? Abi estão ellas.» O rei ficou muito admirado.

Entrou por uma porta,
Sahiu por outra;
Manda o rei, meu senhor,
Que me conte outra.




VI


O Sargento verde


(Sergipe)


Havia um homem rico que tinha uma filha muito formosa; appareceu uma vez um moço tambem muito bonito que quiz casar com ella. Contractaram o casamento. Mas Nossa Senhora, que era madrinha da noiva, lhe appareceu e disse: — «Minha filha, tu vaes te casar com o cão; quando fôr no dia do casamento, depois da festa acabada, teu marido ha de querer te levar para casa d'elle; tu, então, deves dizer a teu pai que só queres ir no cavallo mais magro e feio de todos, e quando chegares a um logar da estrada onde faz cruz, teu ma-