dado na egreja. Quando elle metteu a colher e viu a joia, pulou da cama contente e dizendo que estava bom, e queria se casar com aquella moça que servia de criadeira de gallinhas. Mandaram-na chamar, e, quando ella veiu, já foi prompta, como quando ia á festa. Houve muita alegria e muito banquete, e a princeza Maria se casou com o principe; mas se esqueceu de chamar pelo nome de Labismina, que não se desencantou, e, por isso, ainda hoje o mar dá urros e se enfurece ás vezes.
Foi um dia, sahiu um principe a correr terras atraz de arranjar um remedio para seu pai que estava cego. Depois de muito andar, o principe passou por uma cidade e viu uns homens estarem dando de cacete n'um defunto. Chegou perto e perguntou porque faziam aquillo. Responderam-lhe que aquelle homem tinha-lhes ficado a dever, e que por isso estava apanhando, depois de morto, segundo o costume da terra. O principe, que ouvia isto, pegou e pagou todas as dividas do defunto e o mandou enterrar. Seguiu sua viagem. Adiante encontrou uma raposinha, que lhe disse: «Aonde vai, meu principe honrado?» O moço respondeu: «Ando caçando uma mésinha para meu pai que ficou cego.» A raposinha então lhe disse: «Para isto só ha agora um remedio, que é botar nos olhos do rei um pouquinho de sujidade de um papagaio do reino dos papagaios. Meu principe, vá ao reino dos papagaios, entre, á meia noite, no logar onde elles estão, deixe os papa-