lacio, a rainha mãe disse-lhe o mesmo que no dia antecedente.
Terceiro dia, o rei espreitou e então viu a mesma senhora da vespera, com o vestido azul e enramado de oiro. Correndo com grande pressa apanhou Linda Branca com uma pequena borda do vestido dourado de fóra e diz:
— Eu te ordeno que dispas este fato.
Ella obedeceu, e então o rei pôde vêr a senhora de que tanto gostava no dia da festa. Linda Branca contou o motivo de tudo aquillo, e trez dias duraram as festas do casamento.
Quem o disse está aqui
Quem o quer saber vá lá,
Sapatinhos de manteiga
Escorregam mas não cahem.
(Ilha de S. Miguel—Açores.)
Havia um rei, que tinha por costume andar escutando pelas portas, pelo que lhe chamavam o Rei-Escuta. Uma noite elle foi escutar a uma porta e ouviu dizer:
— O que eu queria era casar com o padeiro do rei, para comer sempre pão fresco.
Outra voz dizia:
— Não sejas tola; eu o que queria era casar com o cosinheiro do rei, para comer guisados muito afamados.
E outra voz disse:
— Pois o que eu queria era casar com o Rei-Escuta.
O rei ouviu tudo aquillo e foi-se embora. No dia seguinte mandou chamar as raparigas d’aquella casa, e perguntou á mais velha:
— Então, queres casar com o meu padeiro?
Respondeu que sim. Chamou a segunda, e fez a mes-