pesadas no somno, e correu as casas para arrumar o que tinha que roubar. Abriu o alçapão que dava para a loja das fazendas, entrouxou o que quiz, e abriu a porta da loja, e sahiu a chamar a sua quadrilha. A menina mais moça levantou-se ao mesmo tempo que o ladrão sahiu, viu as trouxas das fazendas promptas, e a toda a pressa trancou a porta da loja. O ladrão que já vinha com a quadrilha, ainda se pôz aos empurrões á porta, e dizia:
— Foi a mais mocinha que me enganou, e que não comeu a maçã dormideira.
E começou a dizer que ella lhe havia de pagar tudo. Teve ainda a confiança de tornar a bater á porta, pedindo á menina que lhe desse a sua mão de finado. Ella respondeu de dentro, que a mão estava em labareda, e que não sabia como a apagar. Disse o ladrão, que a deitasse n’uma tigella de vinagre, que ella se apagava. A menina veiu cá acima buscar a espada que o ladrão tinha deixado, e disse-lhe:
— Aqui está a mão do finado.
Ora na porta havia um buraco em cima em que cabia uma mão; e disse-lhe o ladrão:
— Metta a menina a mão pelo buraco.
— Se quer, metta a sua, que eu lhe darei a mão do finado.
Vae o ladrão cáe em metter a mão e a menina traçou-a com a espada. Os ladrões foram-se embora, e o capitão com a mão quebrada. A menina foi para o quarto onde as irmãs estavam dormindo, apagou no vinagre a mão do finado, e ao mesmo tempo as irmãs começaram a estremecer, e acordaram. A boa da menina fel-as levantar, contou-lhes tudo, e levou-as a vêr os signaes da desgraça em que estavam. Ellas ficaram muito assustadas, e choraram muito lembrando-se do que o pae diria quando chegasse e soubesse que lhe tinham desobedecido.
Chegou o mercador da renda, e viu as filhas appare-