iriam ter á fresta. A velha foi muito contente dizer tudo ao principe, que tinha visto a princeza, que tinha fallado com ella, e combinado a hora d’elle ir com as joias. O principe vestiu-se em trajo de adello, e chegou á esquina a apregoar joias.
N’este tempo ouve uma voz, que vinha da fresta, chamar:
— Oh homem das joias!
O principe voltou para traz mui contente, e a princeza disse-lhe que entrasse por aquella escadinha. Assim fez; mostrou-lhe as joias, ella estava satisfeita, e disse depois de escolher:
— Vamos agora ao preço.
— Se a senhora está contente com essas, em casa tenho outras ainda melhores, e trago-as cá ámanhã.
Quando chegou a casa a velha aconselhou-o a que vestisse por baixo os seus fatos de principe, e por cima com o trajo de vendilhão das joias, para quando chegasse ás escadinhas despir-se e fallar á princeza como quem era. Assim fez; a princeza quando o viu feito principe assustou-se, mas elle expôz-lhe a sua pratica e a diligencia que tinha feito para chegar áquelle lugar, e que o seu sentido era de casar com ella.
A princeza acceitou o pedido, e assentou a hora da noite muito em segredo em que elle a iria buscar, porque o rei seu pae não queria que ella casasse. O principe pelo muito grande desejo que tinha de a ir buscar, foi logo de serão para o logar da escadinha; mas cançado de esperar, encostou o cotovello sobre a sella do cavallo e pegou a dormir.
N’este tempo passou um homem de meia tigella pelo pé do principe, e quiz vêr se o conhecia; n’isto ouviu uma voz que dizia:
— Vamos, vamos, que já está o escaler n’agua á nossa espera.
O tal homem viu descer uma donzella muito linda, e