ram de vida, que até áquelle tempo tinha sido amargurada pelos poucos ganhos e muitos filhos.
A Riqueza e a Fortuna foram ao sitio onde o homem costumava cortar lenha e esperaram por elle bastante tempo. Por fim a Fortuna declarou-se vencedora, dizendo:
— Que te dizia eu? Não é com o muito dinheiro que se é feliz.
(Algarve.)
Era uma vez um homem, que casou com uma mulher desmazellada, e depois dizia o homem:
Oh mulher, oh mulher,
Eu mercára-te uma roca…
A mulher: — Isso não, marido, não
Que me fal’-a cara torta;
C’o dinheiro e co’a roca
Compraremos um burrinho,
O burrinho leva os odres,
E os odres leva o vinho.
Marido: — Oh mulher, oh mulher,
Eu mercára-te umas meias…
A mulher: — Isso não, marido, não
Que me fal’-as pernas cheias.
Antes com esse dinheiro
Compraremos um bulrrinho,
O burrinho leva os odres
E os odres leva o vinho.
Dil-o o homem:
— Oh mulher, tu não fias? tu não trabalhas?
— É um dia santo muito grande, não se póde hoje trabalhar.