Ao outro dia elle perguntou o mesmo, e ella o mesmo respondeu, e elle disse assim:
— Deixa, que ahi vem o Março Marçagão que elle t’o dirá.
— E eu pego n’umas poucas de esteiras e boto-as no primeiro de Março a córar.
— Elle não quer esteiras, quer antes meadas.
O marido na vespera do primeiro de Março pegou n’um capote muito velho, cobriu-se para fingir um velho muito corcovado, e a mulher pela manhã cedo levantou-se e foi pôr muitas esteiras a córar; e elle appareceu-lhe ali em velho e disse assim:
— Essas são as meadas que tu tens para córar?
— São.
— Então teu marido não te dizia? Espera, que eu te fallo.
Pega n’um páo, bateu, bateu até não poder mais, e deixou-a por morta. Assim que ella se pôde erguer foi para casa. A primeira cousa foi comprar roca e fiar. Depois já dizia o homem:
— Então era o que te eu dizia ou não?
Março, Marçagão
Cura meadas
Esteiras não.
Era uma vez um homem casado; a mulher dizia que morria por elle, e que Deus nunca dera a ninguem um marido assim. O homem fiava-se n’aquellas palavras, e quando andava no campo a trabalhar dizia para o criado:
— Não ha ninguem que tenha uma mulher como a minha.
O criado disse que não era bom experimentar, porque podia ficar enganado. Disse o patrão: