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Página:Contos Tradicionaes do Povo Portuguez.pdf/321

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INTRODUCÇÃO

No ultimo quartel do seculo XIX o Conto popular continuou a receber fórma litteraria;[1] prevaleceu, porém, a direcção scientifica, havendo já numerosas collecções em que se vão archivando as tradições portuguezas, symptoma auspicioso de uma revivescencia da nacionalidade.[2]

  1. Ramalho Ortigão, nas suas Farpas, traz o conto do Manto do Rei, por ventura conhecido pela collecção de Andersen, mas já desde o seculo XIV vulgarisado na Peninsula pelo Conde de Lucanor, de D. João Manoel. Em um outro numero das Farpas, traz o conto do lazarento que não quer que lhe enxotem as moscas; este conto é de Esopo (coll. do Planudes) e Josepho cita-o nas Antiguidades judaicas (Livro XVIII, cap. 8) em nome de Trajano.
  2. Bibliographia dos Contos populares portuguezes:
    1. Historias de Proveito e Exemplo, de Gonsalo Fernandes Trancoso. Lisboa, Antonio Alvares, 1575. 1 vol.2.
    2. Lendas, Tradições e Contos populares portuguezes do seculo XII a XIX. 1871. (Annunciado, e só publicado em 1883.)
    3. Contos populares portuguezes, colligidos por F. A. Coelho. Lisboa, 1879. 1 vol.
    4. Portuguese Folk-Tales, collected by Consiglieri Pedroso, and translated from original Ms. by Miss Henriqueta Monteiro, with an Introduction by W. R. S. Raslton. London, 1882. 1 vol.
    Contos tradicionaes do povo portuguez, com uma Introducção e Notas comparativas, por Theophilo Braga. Porto, 1883. 2 vol. (Vid. n.º 2; mais tarde publicaremos as Lendas portuguezas.)
    5. Contos populares do Algarve, colligidos por Reis Damaso. (Annunciado nas Scenographias.)
    6. Contos populares portuguezes, colligidos por Leite de Vasconcellos. (Annunciado nas Tradições populares.)
    7. Contos de velhos e crianças, colligidos por Joaquim de Araujo. (Annunciado na Renascença.)
    8. Contos populares portuguezes, colligidos por Consiglieri Pedroso.(Ineditos.)
    9. Contos nacionaes para crianças, por F. A. Coelho. Porto, 1883, 1 vol.
    10. Romanceiro do Archipelago da Madeira, colligido por Alvaro Rodrigues de Azevedo. Funchal, 1881. (Traz contos metrificados.)