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Brueyre, p. 289. — Nas Notte piaccevoli, de Straparola, Nott. VIII, fábula 5.ª, vem este mesmo conto. O freio magico é um episodio commum a muitos outros contos mythicos, como o prova Brueyre, Op. cit., p. 253, e Gubernatis, Mythologie zoologique, t. I, p. 77.

Nos Contos populares portuguezes, n.º XV, o Criado do Estrujeitante, versão de Ourilhe, pertence a esta mesma tradição. Nos Contos populares do Brazil, de Sylvio Romero, ha uma variante sob o n.º VIII, com o titulo O passaro preto.


12. A bicha de sete cabeças. — Uma versão de Coimbra vem publicada sob o titulo de Pedro e Pedrito, nos Contos populares portuguezes, n.º LI, com o estribilho:

Quem isto ouvir e contar
Em pedra se ha-de tornar.

Nos Portuguese folk-tales, colligidos pelo nosso collega Consiglieri Pedroso e traduzidos pelo eminente mythographo Ralston, vem sob o n.º VI com o titulo Pedro and the Prince com algum desenvolvimento. Nos Contos dos irmãos Grimm, n.º 22, O fiel João, e trad. de Fred. Baudry, p. 27, pertence a este cyclo do creado ou do amigo que se sacrifica. Ralston, na introducção aos contos portuguezes, cita este paradigma, bem como o n.º 5 da collecção de Miss Frere, Old Deccan Days, intitulado Rama and Luxaran, e a situação geral em um conto indiano na traducção do Kathá Sarit Ságara por Tawney, vol. I, p. 253. Muitos contos têm evidentemente uma origem indiana; mas não é esta a unica fonte.


13. O Conde soldadinho. — Pertence ao cyclo do amigo que se sacrifica; não ha aqui a morte, mas a sua importancia provém da parte metrificada, que revela a dissolução de uma obra dramatica.