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Página:Contos Tradicionaes do Povo Portuguez.pdf/498

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Tirai ai chi viddi,
Chiappai chi non viddi.
Mangiai carne creata, e non nata,
Cotta a il fumo di parole.
Striccia ammazzó Paola,
Il morvido consuma il sodo.
Enne e nè,
S’indovina cosa gli é.


57. A adivinha do rei. — O editor dos Awarische Texte, Schiefner, traz uma versão finnica d’este conto: «Um rei ordena ao filho de um aldeão de vir ter com elle á sua presença, nem de noute, nem de dia, nem pelo caminho, nem por atalho, nem a pé, nem a cavallo, nem vestido, nem nú, nem dentro, nem fóra. O intelligente moço, veste-se com uma pelle de cabra, faz-se levar á cidade, no crepusculo da manhã, deitado no fundo de um cofre, com um crivo n’um pé e uma escova no outro; depois parou no limiar da porta do rei, tendo uma perna fóra e outra dentro.» (Gubernatis, Mythologie zoologique, t. I, p. 154.) O illustre critico considera como pertencendo á classe dos enigmas astronomicos. Nos Contos de Grimm intitula-se A Bavara astuta; Brueyre, nos Contes populaires de la Grande Bretagne, p. 169, not. 1, citando o enigma de Diarmaid, transcreve tambem uma pequena lenda irlandeza de Kennedy analoga á portugueza.


58. O boi cardil. — Este conto acha-se na tradição oral da Ilha da Madeira ainda em fórma poetica, com o titulo de Boi Bragado. (Romanceiro do Archipelago da Madeira, p. 273.) Nos Contos populares portuguezes n.º LVI, traz o nome de O Rabil, versão de Coimbra, com o estribilho poetico:

Senhor meu amo!
Pernas altas e cara gentil
Me fizeram matar o boi Rabil.