gantua, liv. I, cap. 33, como vehiculos d'esta fabula. Acha-se tambem no Eyar-i Danisch, nas Mil e uma noites, CLXXVI; no Conde de Lucanor, de D. João Manoel, n.º XXIX, fl. 97; nos Joci ac Sales, de Ottomarus Luscinus; nas Facecie, de Domenichi, liv. V; nos Contes et joyeux devis, n.º XII, de Bonaventure Des Periers; nos Sermones conviviales, de Gast; nos Apologi Phœdrii, de Regnerius, P. I, fab. XXV; no Democritus ridens, p. 150; nas Favole e Novelle, de Pignotti, fab. VIII; vid. Lancereau, Pantchatantra, nota a pag. 388. Gubernatis, na Mythologie zoologique, t. I, p. 136, cita uma versão do Tuti-Namé, II, 26, que interpreta no sentido mythico, em que o céo e a lua são representados como um pote ou taça. No XXI conto mongolico de Siddhi-Kür, ha uma variante d'este apologo (resumido por Gubernatis, op. cit., p. 146) em que o achado é uma pelle de carneiro, de que o pae de familia pretende fazer panno, e com elle comprar um burro, e com o burro irem pedir esmola com os filhos. Esta versão explica-nos a variante apresentada por Trancoso (vid. n.º 155), a qual encontrámos referida em uma locução popular do Porto, Minha mãe, calçotes! Sobre esta fabula vid. Loiseleur des Longchamps, Essai sur les Fables indiennes, p. 55. Ha uma redacção d'este conto sob o titulo A quarta de leite, na Hora de Recreyo, do Padre J. Baptista de Castro, p. 29.
O nome de Mofina Mendes, heroina do conto da Bilha de azeite, é de proveniencia popular; Jorge Ferreira de Vasconcellos, na Aulegraphia refere-se a esta tradição metrificada por Gil Vicente: «fermosura com vangloria dana mais do que aproveita, e as mais das vezes lhe corre per davante Mofina Mendes e a boa diligencia acaba o que merecimento não alcança.» (Fl. 52.) Na linguagem popular o nome de mofina emprega-se como sorte ou destino: a minha mofina. Jorge Ferreira allude a um outro conto popular, de um diabo cuja actividade era tal, que já não havia que lhe dar a fazer, a não ser