vender um lindo cavallo que devia de estar na estrebaria, disse-lhe o preço, e ordenou-lhe que assim que o vendesse lhe tirasse logo o freio. Á hora da feira o criado foi á estrebaria e lá achou um lindo cavallo e partiu com elle para o mercado. Estava na feira o Magico que tinha sido roubado, e conheceu logo debaixo da fórma do cavallo o seu antigo discipulo; foi ajustar o preço, pagou a quantia tão depressa, que o criado se esqueceu de tirar o freio ao cavallo. Quando o quiz fazer já não foi possível, por que o Magico disse que o contracto estava fechado desde que lhe entregara o dinheiro. O magico levou o cavallo para casa, muito contente por se poder vingar á vontade do seu inimigo que lhe tinha roubado toda a sua sabedoria. De uma vez disse ao criado que fosse á ribeira levar o cavallo a beber, mas que não lhe tirasse o freio. O cavallo andava muito triste, cheirava a agua mas não bebia; o criado lembrou-se de lhe tirar o freio, pensando que elle assim beberia. De repente o cavallo transforma-se n’uma rã, e sóme-se pela agua. O Magico que estava á janella de sua casa viu aquillo, e transformou-se em um sapo, para ir apanhar a rã. O discípulo, que sabia a sorte que o esperava se tornasse a cair em poder do mestre, transformou-se em uma pomba, e voou, voou por esses áres; o magico transformou-se em um milhafre, e correu atraz da pomba para tragal-a. Já ia muito cansada a pomba, e quasi que estava para ser agarrada, quando viu uma princeza que estava em um terraço, e foi-lhe cair no collo, transformando-se em um annel de grande preço. A princeza pasmada com o que viu, e com a lindeza da joia, metteu-a no dedo; o Magico, viu que nada podia fazer, e como ainda estava na fórma de milhafre entra pelo quarto do rei dentro e bota-lhe um cabello no copo de leite que elle estava para beber. O rei, já se sabe, teve uma grande doença, foram chamados todos os medicos, mas nenhum era capaz de o curar; o Magico appareceu sob a figura de medico e prometteu dar saude
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